Janeiro de 1996. A cidade é
Varginha, interior de Minas Gerais. O adolescente Paulo e seus dois melhores
amigos, João e José, moravam na zona rural da cidade. Ficaram sabendo que o
centro da cidade estava uma verdadeira bagunça por causa da aparição de um
possível extraterrestre. Achavam a história engraçada, pois não acreditavam
nessas coisas.
Cansados do trabalho pesado do
campo, resolveram fazer um acampamento no final de semana. Para isso,
escolheram as margens de um lago localizado em uma antiga fazenda abandonada.
Chegaram no sábado bem cedo e logo
montaram o acampamento. Então, trataram de se divertir bastante: jogaram bola,
nadaram no lago, colheram frutas para lanchar e muitas outras coisas mais. Nem
viram o tempo passar e, quando assustaram, a noite já estava chegando.
Acenderam uma fogueira e se reuniram ao seu redor para beber, comer e bater um
bom papo. Pela claridade do luar, olhavam para o casarão da fazenda abandonada,
do outro lado do lago, e se lembravam de quando ela ainda era habitada. Aquele
casarão escuro era de arrepiar. Já passava da meia-noite quando resolveram
dormir. De repente, a luz de um poste localizado em frente a casa acendeu.
Todos ficaram muito assustados e
sem saber o que fazer. Após alguns minutos, uma nova surpresa: duas luzes do
andar superior da casa também se acenderam. Eles ficaram com muito medo. João,
porém, o mais velho e corajoso dos três, ficou interessado em saber o quê ou
quem havia acendido aquelas luzes. Chamou Paulo e José para irem até lá, mas
eles não queriam. Depois de muita insistência, resolveram verificar o que
estava acontecendo.
Ao se aproximarem da casa,
notaram que a porta estava aberta e resolveram entrar. Subiram vagarosamente os
degraus e chegaram à porta do quarto onde as luzes estavam acesas. Quando
pensaram em entrar, ouviram um barulho vindo de dentro do quarto e a porta se
abriu. Levaram um grande susto e tentaram sair correndo. Porém, sentiram algo
segurando seus corpos, como se fosse uma força que não os deixava se movimentar.
E aquela força começou a puxá-los para dentro do quarto. Eles tentavam gritar,
mas suas vozes não saiam. Era como se tivessem ficado mudos. Dentro do quarto
viram uma criatura estranha, com cabeça enorme e esticada e olhos negros
enormes. A criatura tinha braços e pernas compridos e finos. Usava uma roupa
dourada e emitia sons que eles não conseguiam entender. Eles se abraçaram e
começaram a chorar de medo. De repente, a criatura falou:
- Não tenham medo. Não vou lhes
fazer mal. Sou um ser de outro planeta e, acidentalmente, minha nave caiu no
planeta de vocês. Fui visto por algumas pessoas, mas consegui fugir. Enquanto
consertava minha nave, fiquei escondido nessa antiga casa para me proteger. Acabei
de consertá-la e estou pronto para seguir minha viagem.
Foi então que os três amigos
viram que aquele ser era o tão falado ET de Varginha. E ele era real. A
criatura contou que fazia uma viagem de reconhecimento a outro planeta, pois o
seu planeta de origem estava com os dias contados para a destruição. O seu povo
pensou em invadir o planeta Terra, mas chegaram à conclusão de que aqui não existiam
condições necessárias para eles viverem. Aos poucos os jovens foram se
acalmando e começaram a se comunicar com o ET. Foram conhecer a sua nave que
estava escondida em uma caverna próxima dali. Após algumas horas se despediram
e o ET partiu em sua nave, rumo ao seu destino.
No dia seguinte, os adolescentes
chamaram os jornalistas que estavam na cidade para verem o local onde haviam
encontrado o ET. Porém, não foram encontrados vestígios da existência do ET,
nem no casarão abandonado e nem na caverna onde estava escondida a sua nave. Os
garotos foram tratados como mentirosos e ficaram famosos na cidade como “os
amigos do ET de Varginha”.