segunda-feira, 11 de novembro de 2013


Entrega para o Monstro

Na pizzaria onde trabalho, por volta das 20:00, tocou o telefone. Era a penúltima entrega. Estávamos todos exaustos. Quando peguei a pizza, um cheiro ruim entrou nas minhas cavidades nasais, e as partículas se diluíram no meu órgão olfatório, mas não identifiquei o cheiro, pensei que poderia ser a calabresa. Coloquei a pizza no carro, e fui até a casa de entrega. Chegando lá, uma mulher atendeu, pegou pizza e reclamou do cheiro ruim, abriu ela e falou para devolver, porque a pizza parecia estragada. No caminho, comi um pedaço, meus milhares de quimorreceptores  ativaram-se e se se organizaram nas minhas papilas gustativas e seti um sabor amargo concentrado no fundo da língua. Confirmei que a pizza estava estragada.
Entreguei outra pizza para a mulher. Na volta, quando cheguei na pizzaria, tinha outra entrega.
Quando cheguei na casa, parei o carro em frente ao portão alto e grande, quando sai  do carro e me aproximei, olhei a casa, e era muita assustadora, a imagem entrou na cobertura do meu olho, a pupila;atravessou a lente; encontrou-se com a íris; depois passou em sua abertura, a pupila; depois foi para o fundo do olho, na retina e depois foi para o nervo óptico, que levou a informação visual da imagem ao meu cérebro, meu olho até doeu um pouco.



Abri o portão,   dei um passo e meus termorreceptores ativaram-se e senti muito frio. Andei, mas um pouco e senti um arrepio, ouvi um som estranho,   que entrou na minha orelha, vibrou minha membrana timpânica, passou pelo o martelo, a bigorna, o estribo, pela cóclea e foi para as tubas auditivas, mas não identifiquei o som, assustado fui para trás e bati o braço numa árvore podre e velha, meus mecanorreceptores ativaram-se e senti uma coceira, mas logo passou.
Quando estava subindo as escadas parar tocar a campainha, a cadeira que estava ao lado, começou a balançar sozinha, fiquei com medo. A campainha era de bater, ela tinha forma de um morcego, bati três vezes, ouvi um barulho de alguém gritando e me afastei, os olhos do morcego ficaram vermelho, e a porta se abriu sozinha, uma sombra na parede apareceu, parecia de um monstro, joguei a pizza na porta e saí correndo, entrei no carro e olhei quem era, vi um homem fantasiado de monstro e foi aí que me lembrei que hoje era Halloween.



Bruna Seiva



 

 

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